Hoje, como consequência, kikongo tem número contado dos que podem articular alguma coisa sobre ele. O perigo da sua morte tornou-se conversa dos últimos tempo. Algo deve ser feito para que isso não aconteça, pois, há ainda um espaço para mudar o estado das coisas.
Cada mukongo deve se sentir testemunha de cultura kongo
É um dever de cada mukongo procurar redescubrir-se e traçar novos caminhos que permitam marchar (junto) com as tradições kongo. Só desta forma que a língua e cultura kongo marcará presença – de geração em geração. Mais para que isso aconteça como se deve, é preciso que haja mudança na filosofia de tramissão do elemento ‘kongo’ (entre velhos e novos, entre o passado e o futuro). Embora seja importante a transmissão oral, mais que não sejam esta a única via de passar o testemunho kikongo. É de estrema urgencia criar mecanismos e instrumentos para uma passagem correcta deste “testemunho”, pois a experiência nos ensinou e os resultados falam por si.
A passagem correcta do “testemunho” como acontece no desporto – numa das modalidades do atletismo, conhecida pelo nome de estafeta. Esta modalidade ilustra melhor o que acontece na cultura kongo. O fundamento principal nas tradições kongo é a ascensão dos conhecimentos tradicionais, o que representa o bastão que os atletas levam nas mãos. E quando a passagem não é feita devidamente, o resultado é sempre penoso para a equipa.
Na estafeta, modalidade da nossa ilustração, cada atleta corre apenas um pedaço da corrida e passa o testemunho ao atleta da sua equipa que o espera. A vida é uma corrida onde cada um vive um pedaço desta corrida, infelizmente é assim a lei divina. Os resultados ou as vitórias, é trabalho de equipa que representa tudo isso. As nossas vitorias – em termos das culturas – são medidas na nossa capacidade de defender e dar continuidade da cultura às gerações futuras – “ki mfua fua kimpinga mpiga“. Quando se trata de valores tradicionais, o importante não é o tempo vivido observando ou servindo tais tradições, mas do que isso, a passagem correcta do “testemunho” o que representa o bastão que os atletas levam nas mãos (na estafeta). Este sim, esta é a base fundamental das tradições de Kongo dia N’totila, o sentimento expresso no “ki mfua mfua ki mpinga mpinga, vo ka mu ko mu muana, mu ntekelo”.
Até aqui podemos concluir que: A passagem correcta do “testemunho” é criar condições para levar à gerações futuras o que é da cultura kongo, a sua língua e as suas tradições. Passar aquilo que se recebeu dos mais velhos, transmitir fielmente os ensinamentos e tradições bakongo para os mais novos. Assim é o cíclo da estafeta da história kongo.